Com o tema "Una-se Amapá pelo fim da Violência contra as Mulheres", foi realizado na manhã desta sexta-feira (24), no Plenário Deputado Dalto Martins, da Assembleia Legislativa do Estado (Alap), o I Fórum de Debates sobre o combate à violência contra as mulheres. Promovido pela Escola do Legislativo (Esleg), o evento contou com a participação de autoridades, especialistas no combate a esse crime e representantes da sociedade civil organizada.
Na abertura do fórum, a presidente da Esleg, deputada Roseli Matos (PP), explicou o objetivo do evento e lembrou o esforço que está sendo feito por instituições do Estado, no sentido de combater esse grave problema social. "Os dados estatísticos são desfavoráveis ao Amapá, pois nos colocam proporcionalmente no segundo lugar no ranking nacional da violência sexual contra a mulher. Precisamos mudar essa realidade e a proposta do fórum é proporcionar espaço coletivo para discussão, proposição e avaliação das políticas estaduais de combate e de enfrentamento à violência contra as mulheres", conclamou.
A deputada Edna Auzier (PSD), que também contribuiu e participou do fórum, enalteceu o debate promovido pela Esleg e se prontificou a multiplicar o seu conteúdo. "Nos entristecemos por não ver a maciça participação da sociedade neste fórum. Mas seremos multiplicadores desse debate e temos a consciência de que são poucas as pessoas que fazem a diferença. E, entre essas, está a deputada Roseli, parlamentar atuante que merece o lugar que ocupa, pela luta que empreende em favor do povo", elogiou.
Representando a Defensoria Pública do Estado, a advogada Leda Carreira foi a primeira a palestrar, ocasião em que explicou sobre o atendimento que a instituição presta às vítimas de violência doméstica. "A agressão pode partir de qualquer um. Companheiro, pais, mães e até filhos. A Defensoria já ingressou com ações contra pais, por maus tratos. As agressões não são apenas físicas, podem ser de natureza verbal, moral, sexual, matrimonial e até virtual pelas redes sociais", alertou.
A secretária extraordinária de Políticas para as Mulheres, Aline Gurgel, abordou o tema "Atuação da secretaria em defesa das mulheres vítimas da violência". Ela elogiou a iniciativa da deputada Roseli Matos na promoção do debate e explanou sobre as ações do órgão que dirige. "O ativismo é a luta que nós, mulheres, travamos pelo fim da violência há muitos anos. Não queremos reduzir os índices, mas sim acabar com a violência de gênero", sentenciou.
Lauriene do Rosário Almeida falou em nome do Instituto de Mulheres Negras do Amapá (Imena) e conclamou a união de todas as mulheres na luta contra a violência. "Precisamos entender que cada uma de nós, sejamos negras, brancas ou índias, precisa romper esse ciclo de violência, e somente conseguiremos isso se nos unirmos", exclamou.
A professora Margareth Guerra, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), última a proferir palestra, falou sobre o tema "Estudos de Casos e Contextos do enfrentamento e combate à violência doméstica por meio da Educação". "Somente a legislação não resolve o problema. Quando falamos em educação surge uma fragilidade. Temos um conjunto de ações no Amapá, mobilizadas pelo Legislativo, pelas secretarias de Estado e pelos movimentos sociais. Porém, existe um Plano Nacional de Direitos Humanos com metas específicas para a educação, mas o nosso Plano Estadual para a Educação não traduz metas específicas para tratar do gênero", observou.
O evento foi encerrado com debates e ponderações sobre o tema violência contra as mulheres, com a participação da plateia e das palestrantes. O I fórum de debates, promovido pela Escola do Legislativo, prosseguirá, nos próximos dias, com a constituição de um Grupo de Trabalho, encarregado de elaborar a "Carta do Amapá", contendo sugestões e proposições sobre o tema debatido. A última fase do evento será um seminário de avaliação dos resultados
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS - Alap
Texto: Paulo Oliveira - Reg. Prof. 572 - DRT/PA
Fotos: Jaciguara Cruz
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