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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Comunidades quilombolas e tradicionais denunciam desrespeito institucional dentro da APA

Indignados, o presidente da Associação da Comunidade Tradicional de Casa Grande, Ailton Chagas e a diretora cultural da Associação Quilombola, membro da Associação de Mulheres Mãe Venina, Geovana Ramos, ambos conselheiros da Área de Preservação Ambiental (APA) do Curiaú, fizeram o uso da tribuna da Assembleia Legislativa do Amapá para denunciar o desrespeito com a comunidade em detrimento da construção de uma estrada na APA do Curiaú, sem serem consultados e sem respostas das instituições envolvidas.

Em seu pronunciamento, Cristina Almeida falou da importância do desenvolvimento do estado do Amapá e que os investimentos são necessários para o escoamento da produção, mas isso não pode acontecer de qualquer forma. "Precisamos respeitar a população que se encontra dentro dessas áreas. Construir uma estrada sem diálogo com a comunidade é inaceitável", destacou a deputada.

Em seguida, Ailton demonstrou preocupação pela biodiversidade daquela área, que está em risco. Segundo ele, existem animais e plantas que só existem nessas matas. "Não podemos nos calar, nossas comunidades estão sendo chantageadas. Muitos receberam ofertas de posseiros, no valor de 50 mil reais, para deixarem suas propriedades, onde nossa existência não está sendo respeitada", desabafou o presidente.

Geovana Ramos afirmou que a estrada que cortará a APA não irá trazer desenvolvimento para as pessoas que lá vivem, muito pelo contrário, trará mais transtornos, pois hoje convivem com a presença de posseiros. As terras estão sendo invadidas e a comunidade ameaçada. "Nossos campos já estão demarcados e nossa maior preocupação é que todo mundo está de olhos fechados para essa situação, e não fazem nada. Quando houve manifesto em favor da Renca, vimos muita gente mostrar a cara, e agora? O Curiaú não é diferente, é uma Área de Proteção Ambiental, e é nossa!".

Ramos informou que procuraram os órgãos competentes do Estado e não obtiveram sucesso nas respostas. "Ninguém sabe de nada. Quando a comunidade vai ao Imap pedir licenciamento para fazer a sua agricultura é negado, e quando é uma empresa de grande porte que vem para o estado e precisa de um licenciamento, é muito rápido. A comunidade está lá, sofrendo, sem desenvolvimento, não tem agricultura no Curiaú por causa de licenciamento que nos é negado, então é inadmissível isso, de virem para dentro de nossa APA acabarem com o que a gente tem", salientou.

Ao final, a deputada cobrou serenidade na apuração dos fatos relatados. A APA tem como objetivo a proteção e conservação dos recursos naturais e ambientais da região.


AGÊNCIA DE NOTÍCIAS - Alap
Texto: Gabinete Deputada Cristina Almeida
Fotos: Jaciguara Cruz
Portal: al.ap.gov.br
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