A Festa homenageia a Santíssima Trindade, e o
Divino Espírito Santo através de missas e ladainhas, normalmente improvisadas,
carregadas de tristeza ou alegria, traduzindo os sentimentos, e o dia-a-dia da
comunidade. “Diante de tamanho significado, torna-se imprescindível homenagear
a mais pura expressão popular do Amapá no seu dia”, frisou a deputada Roseli
Matos.
Representando
os
grupos de Marabaixo do Estado, Daniela Ramos, agradeceu à Assembleia
Legislativa pela homenagem. “Talvez essa seja a única comemoração desse
dia
histórico. Porque infelizmente coisa de preto não interessa aos nossos
governantes”, criticou Daniela Ramos, citando a audiência pública
proposta pelo
deputado Dalto Martins e realizada em 2009, onde discutiu a cultura
amapaense.
Daniela
Ramos, citou o empenho da deputada Roseli Matos, quanto a elaboração do projeto
criando o Sistema Estadual de Cultura do Amapá, onde os artistas, produtores,
técnicos e agentes culturais, possa escoar a produção cultural amapaense,
contribuindo com a profissionalização da cultura e das artes. “Esperamos que o
governador Camilo Capiberibe sancione o projeto. Estamos necessitados de
políticas voltadas para a cultura nesse Estado”, cobra Daniela, que é bisneta
do mestre Julião (o precursor do Marabaixo em nosso Estado) e há sete anos
preside a Associação Cultural Raimundo Ladislau – “O Marabaixo do Laguinho”.
Daniela tem conhecimento sobre o assunto e faz questão de repassar aos jovens
seus conhecimentos sobre nossa cultura. Durante o ano inteiro realiza oficinas
nas escolas da rede pública e privada e faculdades como forma de sensibilizar
para a valorização da cultura de nosso Estado. Daniela costuma dizer que sua
grande missão é perpetuar essa herança cultural chamada Marabaixo. “Fico triste
quando vejo a carência da juventude, dos alunos e acadêmicos, que não conhecem
a sua história. Marabaixo foi introduzido no Amapá por negros que vieram da África,
mas o Marabaixo retrata a vida do povo amapaense”, frisou Daniela questionando
a falta de informações nas aulas de cultura do Amapá.
A deputada
Roseli Matos, comentou que a minuta do projeto o Sistema Nacional de Cultura no
Amapá, mas esta engavetado no Executivo Estadual. A Parlamentar
entregou aos integrantes do Marabaixo, cópia do requerimento em que a
parlamentar solicita da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), informações
sobre a falta de repasse do orçamento destinado as festividades do Ciclo do
Marabaixo. “No ano passado a Assembleia Legislativa aprovou um orçamento para o
Governo do Estado no montante de R$ 5,4 bi para o governo executar as politicas
públicas em todas as secretarias. Estamos na metade do ano e o Governo diz que
não tem dinheiro e pede. Quer dizer que ele já gastou todo esse dinheiro em
menos de seis meses. É brincar com nossa inteligência! Desabafa a parlamentar,
ao saber que os grupos de Marabaixo e a cultura não tem apoio do Executivo por
falta de dinheiro e transfere a responsabilidade para a Assembleia Legislativa
que não aprovou o remanejamento solicita pelo Governo. “Isso é brincadeira
desse governador, sempre querendo colocar sobre a Assembleia Legislativa a
culpa das mazelas do Estado. Se o governador não esta conseguindo administrar,
entregue seu lugar!”, revolta-se a deputada.
Encerrando a
programação foi entregue certificados às personalidades e grupos de Marabaixo,
que contribuíram para o desenvolvimento cultural no Estado do Amapá. O deputado
Jorge Salomão (PROS), entregou o primeiro certificado a Dona Benedita Ramos, a
Tia Biló, única filha viva de Julião Ramos, é a matriarca da festa, que mistura
o religioso com o lúdico.
RELEASE
16/06/2014
Assembleia Legislativa do Estado do Amapá – ALAP
Departamento
de Comunicação – Decom
Direção do Decom –
Cleber Barbosa
Texto:
Everlando Mathias | Foto: Gerson
Barbosa
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