Por unanimidade o Projeto de Lei 182/15, de autoria do deputado Pedro DaLua foi aprovado na sessão de hoje, 01, da Assembleia Legislativa do Amapá. O PL institui a Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio, um dos problemas mais graves enfrentado pelas autoridades amapaenses e agravado há pelo menos duas décadas.
Ano passado 28 sucidios foram registrados no Amapá. Destes, 16 ocorreram na capital. Em 2016 já são 14 suicídios em cinco meses com 10 ocorridos em Macapá. Enforcamentos e envenenamentos estão no topo da lista de métodos usados por quem tira a própria vida.
O parlamentar também destacou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que declaram a prevenção como estratégia eficaz para reduzir o aumento de registros em até 90%. O método é tudo que o Estado precisa hoje para mudar o rumo das estatísticas.
A tônica de prevenir o avanço de casos está no fato de a pessoa com problemas emocionais estar mais propensa ao suicídio. “A ajuda entraria no momento da identificação desses comportamentos. Esta identificação precoce é fundamental para conseguir que estas pessoas tenham a atenção que tanto procuram e que geralmente não acham. É como se elas pedissem socorro e esse grito tem que ser ouvido”, explicou o parlamentar.
Dados locais revelaram que o Amapá vem liderando o ranking de suicídios há mais de 10 anos. Os números consideram a média de ocorrências para cada grupo de cem mil habitantes.
Já um estudo recente feito pelo Banco de Dados do Sistema Único de Saúde e Sistema de Informação Estatística da Organização Mundial da Saúde,a média é de 10 a 12 suicídios ao ano para cada 100 mil pessoas. Em nível nacional são 26 casos por dia, o que significa aumento de 30% considerando os últimos 25 anos.
Recomendação
Os dados são tão preocupantes que em 2005, a OMS recomendou estrategias de combate para frear o aumento de casos. De lá para cá alguns estados e municípios criaram políticas de prevenção, mas os resultados não foram os esperados. Diante do fracasso a Organização declarou que o problema classificado como sendo de saúde, não tem recebido a atenção que merece.
Para DaLua, a Semana de Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio é uma ação que pode identificar situações e oferecer a solução principalmente com o diálogo, que é algo buscado por maioria das pessoas que estão passando por um momento difícil. “Geralmente quem decide se matar está enfrentando o desemprego, dívidas, problema grave de saúde, separação amorosa ou uma traição conjugal e tudo isso pode ser amenizado com uma boa conversa e o apoio necessário para que a pessoa volte a se sentir segura”, disse o deputado.
Outros dados
Na faixa etária de até 19 anos, a maioria dos casos decorre de morte por enforcamento, estrangulamento ou sufocação (63,1% entre homens e 42,9% entre mulheres), disparo de arma de fogo (21,4% entre homens e 9,2% entre mulheres) e pesticidas (17,6% entre mulheres e 3,3% entre homens).
No Amapá, o CVV – Centro de Valorização da Vida, Organização Não Governamental, já realiza trabalho importante há mais de 15 anos. Esse trabalho pode nortear a organização da Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio.
Em 2004, alguns sociólogos criaram um grupo de trabalho para discutir o sucídio enquanto fenômeno social e organizaram a I Semana Sobre Suicídio no Amapá. Do evento, surgiu a Carta da Vida, que propõe políticas voltadas para a melhoria da qualidade de vida, prestação adequada de serviços de saúde e geração de emprego e renda para familias carentes.
Assembleia Legislativa do Amapá
Gabinete do Deputado Pedro DaLua
Assessoria de Comunicação
Texto: José Marques Jardim
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