Os motoristas que trafegam pela BR-156, rodovia que liga Macapá do Norte ao Sul, e é essencial para sustentar a economia de quase todos os dezesseis municípios do Estado, reclamam da falta de estrutura e das condições de trafegabilidade da estrada. Viajar, principalmente para as cidades que ficam ao norte e sul do Amapá, se transformou em desafio e sinônimo de enfrentar graves problemas como atoleiros, pontes desabadas, falta de sinalização, acidentes e roubos.
A situação, mostrada diversas vezes pela mídia local e até nacional, agora, é denunciada pelo deputado estadual Edinho Duarte (PP). Segundo ele, a estado é de abandono e os moradores de Oiapoque, no norte do país, convivem com a insegurança, a falta de abastecimento de alimentos e com a inflação, justamente por conta da escassez de produtos provocada pela péssima condição da rodovia.
- É lamentável a ausência total do Poder Público, seja na área da Educação, da Saúde, no ambiente social, segurança pública e sem falar nas condições das estradas, um problema constante, que só conseguiu avançar no governo passado, quando a pavimentação chegou ao município de Calçoene, em 2010, de lá pra cá a situação virou um caos, lamentou o parlamentar.
A Polícia Rodoviária Federal não tem dados concretos sobre o tráfego no trecho entre as cidades de Calçoene e Oiapoque; mas assegura que é intenso, é que a maioria dos veículos que utilizam a rodovia é caminhão. São poucos mais de 160 quilômetros de estrada de chão, que deveriam ter sido pavimentados pelo atual governo, já que a ordem de serviço foi dada as empresas vencedoras da licitação. Mas o trabalho não andou. Resultado: carros quebrados, caminhões atolados, mercadorias perdidas e cidade sitiada.
O cenário mostra o quanto a via é importante economicamente para o Estado. Pela BR-156 são transportados todos os tipos de produtos, do combustível ao alimento. A péssima condição da estrada acaba tendo reflexo direto no bolso do consumidor que paga o valor de dois ou mais produtos pelo preço de um.
- Quando você sai de Macapá para Calçoene a viagem é tranquila, mas quando o motorista deixa Calçoene a condição muda de tranquila para insegura e sem saber se vai conseguir chegar ao destino final, no caso a cidade de Oiapoque, um trecho onde se acumula muitos prejuízos e quem paga o preço por isso é o cidadão, reprova o deputado.
Segundo o deputado, mesmo com a chegada do verão, é difícil observar a presença de maquinários na rodovia. Para piorar ainda mais a situação, no início da semana passada uma ponte em madeira, no km 640 da BR 156, próxima a localidade de Carnot, em Calçoene, desabou.
O acidente agravou ainda mais a situação na região, e chegou a paralisar o tráfego nos dois sentidos da via. O governo improvisou um desvio até a construção da ponte, que deveria acontecer em uma semana; mas até agora nada foi feito e os carros continuam usando o desvio.
- Tenho certeza que com a primeira chuva que cair, a cidade de Oiapoque volta a ficar isolada e os moradores irão amargar, novamente, os velhos problemas como desabastecimento e produtos superfaturados, tudo por conta desse abandono do Poder Público, afirma Edinho Duarte.
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