Pneus velhos podem virar asfalto ecológico no Estado do Amapá

Deputado Kaká Barbosa (PTB) quer a reutilização dos pneus velhos

O Brasil descarta anualmente mais de 30 milhões de pneus velhos em lixões, depósitos, quintais de casas e outros lugares improvisados, como beiras de rios e matas. Uma solução simples, mas eficiente, pode mudar completamente essa realidade: transformar a borracha dos pneus em asfalto.

Essa é a proposta do deputado Kaká Barbosa (PTdoB), que protocolou na Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP), projeto de Lei que institui a utilização da borracha reciclada de pneu descartados e outros materiais recicláveis a serem utilizados nos programas de asfaltamento, pavimentação e recapeamento, conhecido como asfalto borracha, também chamado de asfalto ecológico. “ A proposta tem por objetivo viabilizar o asfaltamento das ruas e avenidas dos municípios do Estado do Amapá com o asfalto ecológico, e também colaborar com o meio ambiente, com a retirada dos pneus que são jogados fora pelos usuários de veículos automotores em locais impróprios”, justifica o autor do projeto.

Segundo o parlamentar o grande problema dos pneus é que a sua principal matéria-prima, a borracha vulcanizada, não se degrada facilmente no meio ambiente: são necessários de 300 a 400 anos para que se decomponha. Se queimado a céu aberto, o pneu é altamente poluente, pois libera dióxido de carbono e enxofre. Pneus ao relento também são prejudiciais para a saúde pública, uma vez que acumulam água e, consequentemente, tornam-se lugar perfeito para a proliferação do mosquito da dengue.

De acordo com o parlamentar os pneus serão entregues nas oficinas de automotores e nas borracharias pelos proprietários de automóveis onde serão guardados em local coberto até que sejam recolhidos pelo caminhão e levados para a usina de asfáltico, os pneus passarão por uma reciclagem e serão transformados em asfalto borracha, também, conhecidos como asfalto ecológico, juntamente com outros materiais recicláveis. “Além de baratear o custo das pavimentações e ser corretamente ecológico, o asfalto borracha vai viabilizar o asfaltamento das ruas e avenidas dos municípios amapaenses e beneficiar a população do estado”, defende Kaká Barbosa.

Segundo o artigo 3º do projeto que tramita na Secretaria Legislativa, ficam dispensadas do cumprimento da lei e respectiva regulamentação, desde que justificado por meio de estudos técnico devidamente registrado e protocolado na Secretaria de Estado de Infraestrutura (SEINF), ou outra que vier a substitui-la, as obras que se enquadram nas seguintes situações: executadas em caráter de emergência, ou em que a utilização dos insumos alternativos seja tecnicamente inconveniente.  A tecnologia existe nos Estados Unidos, na Europa e na África do Sul desde 1960, mas chegou ao Brasil em 2001.

Assembleia legislativa do Estado do Amapá – ALAP

Departamento de Comunicação – Decom

Direção – Cleber Barbosa

Texto: Everlando Mathias | Foto: Gerson Barbosa