Os municípios de Ferreira Gomes e de Porto Grande, dois dos maiores do Estado em relação ao potencial econômico e turístico, passam hoje pela maior crise de abastecimento de água dos últimos cinco anos, não pela falta de chuva ou uso indevido do produto, mas pela paralização de obras da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) e pela incapacidade de abastecimento das estações existentes nas duas localidades. Deputado Paulo Lemos (PSOL) protocolou requerimento, nesta quinta-feira, 16, pedindo providências.
Em Ferreira Gomes, as obras da estação de tratamento e distribuição do município estão com as atividades paralisadas desde 2010. O fornecimento de água, quando acontece, chega às torneiras em horas espaçadas ao longo do dia. A situação revolta os moradores. “Quando tem água, ela vem pelo menos duas vezes ao dia. Isso quando tem”, relata o morador Raimundo Mesquita, que há mais de 30 anos mora em uma casa em frente à estação da Caesa.
No local da obra da nova estação de tratamento e abastecimento, as tubulações estão empilhadas e expostas à corrosão, sem o menor cuidado de armazenamento. A mesma situação encontram-se as bombas que serão usadas para levar a água ao reservatório. O material é novo e, embora esteja guardada em uma estrutura de plástico e encaixotada em uma armação de madeira, fica à céu aberto, facilmente de ser roubada.
Raimundo conta que, além das dificuldades encontradas para realizar as atividades diárias, e básicas, como toar banho de chuveiro, não concebe o fato de morar em frente aos reservatórios da Caesa e não ter fornecimento regular. “O jeito, muitas vezes, é pegar água na própria estação, porque fica jorrando água dos canos o dia todo. Mas quem mora longe pena para conseguir um balde”, garante.
Em Porto Grande a situação é semelhante. O município tem 19,1 mil habitantes, segundo dados do IBGE de 2014, pouco mais de 3 mil desde o Censo de 2010. Em busca de oportunidades de emprego e renda, o crescimento populacional, porém, prejudicou o fornecimento de água, que hoje atende somente os bairros mais antigos, e de modo escasso.
A maneira encontrada pelos moradores para não ficar sem água é construir poços amazonas. Esse tipo de engenharia, no entanto, tem profundidade mais rasa, o que compromete a qualidade da água e até as aulas. Na Escola Estadual Elias Trajano, por exemplo, o poço amazonas garante fornecimento da água aos alunos diariamente, entretanto, no período de estiagem, o poço seca, prejudicando as atividades escolares.
“A água do poço amazonas é barrenta, e em meados de setembro, o poço seca e a escola passa por dificuldades por conta disso”, afirmou a diretora Roseli Lima ao deputado Paulo Lemos, durante visita do gabinete itinerante do parlamentar aos dois municípios, no último final de semana.
Por meio de requerimento, Paulo Lemos exigirá da Caesa providências urgentes para solução do problema nos dois municípios. O documento deverá entrar em pauta na sessão ordinária da Assembleia Legislativa na semana que vem, após o feriado de Tiradentes.
A Caesa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as obras da estação de Ferreira Gomes estão paralisadas porque os recursos destinados para a sua conclusão (faltando cerca de 30% do total), ainda que estejam disponíveis pelo BNDES, questões judiciais impedem a liberação. Disse ainda que o Governo do Estado terá de fazer licitação para contratar nova empresa para concluir os trabalhos.
Segundo a assessoria da Caesa, o GEA possui obras da Caesa paralisadas em quase todos os 16 municípios do Amapá, à exceção de Macapá e Santana, pelo mesmo motivo: entrave judicial para liberação de recursos do BNDES. A informação é extraoficial.
Assembleia Legislativa do Estado do Amapá – ALAP
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