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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Edna Auzier promove debate sobre violência contra mulher no Plenário da Assembleia Legislativa


Um amplo debate sobre a violência contra a mulher foi travado durante a sessão desta terça-feira no Plenário da Assembleia Legislativa. O tema foi proposto pela deputada Edna Auzier (PDS) que cedeu seu espaço durante o Grande Expediente para a secretária estadual de políticas para as mulheres, Silvanda Duarte, que discorreu sobre o projeto social “Mulheres do meio do mundo”. “Esse movimento é suprapartidário e surgiu em decorrência dos últimos acontecimentos, ocorridos em nível nacional e local”, afirmou referindo-se ao estupro coletivo praticado no Paraná.
Entre as ações de protesto já realizadas pelo movimento, a secretária citou “O grito das mulheres do meio do Mundo”, realizada nas escadarias do Teatro das Bacabeiras, que ganhou repercussão nacional. “Sozinhas, nada poderemos fazer para conter essa violência. Poder Público e sociedade precisam se unir para impedir esse crime. Enquanto houver uma mulher sendo violentada neste país, neste estado. Em Macapá ou qualquer outro município, esse será sempre o foco da Secretaria e a principal preocupação do Governo do Estado com esse problema”, garantiu Silvanda.
A deputada Mira Rocha, em aparte, lamentou o caráter machista da sociedade brasileira que coloca em segundo plano a importância da mulher. “Vivemos numa sociedade machista, onde a figura da mulher não passa de mero objeto. Já avançamos muito em outras áreas, mas ainda não obtivemos a valorização necessária no que diz respeito ao nosso próprio corpo. Precisamos nos unir para garantir nossa integridade. A mulher é dona do seu próprio corpo e faz dele o que quiser. Não é a vestimenta que vai definir a forma como a mulher deve ser tratada. A Lei Maria da Penha é um grande instrumento em nosso favor que precisa ser aprimorado e preservado”, enfatizou.
Citando o caso do procurador da República, Douglas Ivanowski Kirchner que torturou a própria mulher, mantendo-a em cárcere privado em Rondônia, a deputada Roseli Matos declarou-se indignada pela decisão do Conselho Nacional do Ministério Público de não exonerar o procurador, alegando que ele sofreu “transtornos mentais, provenientes da fé”, referindo-se à influência no episódio, de uma igreja que o casal frequentava. “Infelizmente, esse comportamento criminoso, está implícito em todas as instituições. Mas, em geral, a imprensa só explora isso na classe política. Felizmente, temos hoje as redes sociais que divulgam indiscriminadamente toda e qualquer matéria. Os grandes meios de comunicação de massa não deram uma nota sequer sobre esse caso. Nós, mulheres, precisamos nos conscientizar, fazer alguma coisa, não apenas em defesa das mulheres, mas em defesa da democracia deste pais, porque sem democracia não há igualdade e, dessa forma, não teremos direitos e muito menos oportunidade de galgar novos postos”, encerrou.
A deputada Marília Góes (PDT), anunciou a votação, esta semana, no Congresso Nacional, da PEC que assegura poder ao delegado de polícia para afastar, de pronto, o agressor de sua residência. “Isso será um grande avanço nessa luta contra a violência, pois, de imediato, o algoz é afastado de sua vítima. Há uma forte cultura de violência contra a mulher neste país. A roupa, o ambiente frequentado, jamais deverão ser motivos para a violência. Isso é atribuir a culpa à vítima”, disse a deputada, para em seguida, ler um texto, de autor desconhecido, que lista comportamentos comuns na sociedade mas que, de forma imperceptível, fomentam a violência contra a mulher.
O deputado Ericlaudio Alencar aproveitou para fazer uma reflexão sobre o tema. “É uma questão cultural. O Código Penal de 1940, estabelecia como obrigação da mulher fazer sexo com o companheiro. Hoje, em meu escritório tenho uma cliente que é estuprada toda a semana pelo marido. Então, não mudou muita coisa. Isso precisa mudar e, movimentos como esse, certamente farão a diferença”, acentuou.
A deputada Edna Auzier, que promoveu o debate, agradeceu a secretária Silvanda e sua equipe pela palestra e aproveitou para repudiar toda e qualquer tipo de violência contra a mulher. “Temos que combater não apenas a violência física, mas também a violência moral, como a praticada pelo deputado Jair Bolsonaro, que deve, sim, ser punido por ter ofendido sua colega ao dizer que ela ‘não é digna nem de ser estuprada’. Todas as instituições como Governo, Assembleia Legislativa, e todos os órgãos que, realmente, tem compromisso com a sociedade, precisam dar um basta nisso. Temos que mostrar a nossa força e dizer que não queremos a violência. Muito, pelo contrário. A mulher quer conquistar seu espaço de forma digna. Lado a lado, na sociedade. É louvável a atitude dessas mulheres que criaram o movimento ‘Mulher no Meio do Mundo’ e que estão aqui para nos defender. Não queremos ser melhores do que ninguém, só queremos ser respeitadas. Somos nove deputadas, temos a maior participação feminina proporcional em parlamentos do Brasil. E todas nós estamos aqui dispostas a dar o apoio a todos os movimentos sociais, de qualquer espécie. Sempre em defesa da sociedade”, garantiu.
A palestra foi encerrada pela secretária Silvanda com um convite, à toda a sociedade, para um ato que será realizado pelo movimento “Mulheres do Meio do Mundo”, no dia 30 deste mês, no Marco Zero do Equador.



Assembleia Legislativa do Estado do Amapá
Departamento de Comunicação – DECOM
Texto – Paulo Oliveira | Foto – Jaciguara Cruz
Site
al.ap.gov.br | Blog casadeleis.blogspot.com

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