Atenta ao aumento do avanço dos agravos da Dengue, Febre Chikungunya e Zika vírus, em todo o país, o deputado Dr. Furlan (PTB), promoveu na manhã desta sexta-feira (19), no plenário Deputado Dalto Martins, na Assembleia Legislativa, a primeira audiência pública sobre o combate ao mosquito Aedes Aegypti da casa este ano. O encontro que reuniu entidades públicas, privadas, militares e do terceiro setor, teve por objetivo ouvir ideias e propostas de combate e prevenção da proliferação dos agravos causados pelo mosquito.
Na oportunidade a doutora Natássia Maia de Sá Rego, presidente do Centro de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital São Camilo e São Luís, elencou os aspectos clínicos da Zika, tratamento e suas complicações. “Como infectologista é um desafio falar dessas doenças. A impressão que temos é que estamos enfrentando uma doença nova. Ainda não sabemos o que é verdade ou não, muitos testes continuam sendo feitos e nos deixa preocupados com os riscos que ela pode trazer”, comentou.
A representante do Centro de Vigilância em Saúde Estadual, Doutora Iracilda Costa da Silva Pinto, mestre em saúde pública, responsável técnica para epidemiologia de dengue, febre chikungunya e zika no Amapá, elencou o perfil e incidência das doenças no Brasil, e no Amapá.
De janeiro a setembro de 2014 foram notificados 1.260 casos de dengue no Amapá. Deste total, 548 foram confirmados, segundo informou a Divisão Estadual de Vigilância Epidemiológica. Entre os casos confirmados, uma morte foi registrada no município de Laranjal do Jari, distante 265 quilômetros de Macapá.
Segundo Iracilda Pinto, o número é considerado menor em relação aos dados do mesmo período de 2013, quando foram 2.010 notificações com 1.528 casos confirmados. Em 2015 houve um aumento considerável, foram 4.086 casos notificados de dengue registrados no estado, desde janeiro de 2015. De acordo com o quadro da situação epidemiológica dos municípios do Amapá dos mais de 4 mil casos notificados, 1.911 foram registrados em Macapá, seguido de Oiapoque (com 422 notificações), Santana (420 casos), Porto Grande (380 casos) e Calçoene (340 casos).
De acordo com a Iracilda Pinto a Coordenadoria de Vigilância tem intensificado os planos de combate ao agente transmissor da doença, o mosquito Aedes aegypti, que também causa a febre chikungunya, que chegou ao Amapá pelo município de Oiapoque, distante 590 quilômetros da capital, na fronteira com a Guiana Francesa.
Características do vetor Aedes Aegypti seu ciclo de vida e medidas de controle, foi o tema abordado pelo Dr. Isaias Corrêa Pereira, pós graduado em saúde pública, epidemiologista de controle de vetores pela Universidade de Mato Grosso.
O deputado Dr. Furlan criticou o cancelamento da apresentação do palestrante José Hermegildo Gomes, presidente do Departamento de Desenvolvimento, Prevenção, acompanhamento e cooperação Brasil/Guiana (DPAC), representante legal dos brasileiros na Guiana Francesa e mediador social Brasileiro na Guiana, que abordaria o tema: Plano de enfrentamento da Zika, Febre chikungunya e dengue na Guiana Francesa. “A apresentação do plano foi barrado pelo governo francês, uma questão diplomática e não pode apresentar para os brasileiros. Nós somos um parlamento estadual, mas isso não impede que nós também exerçamos a nossa função de deputado”, frisou Dr. Furlan, informando que será encaminhado um documento produzido pelo parlamentar e que será votado na sessão da próxima terça-feira (23) em regime de urgência, solicitando informações através da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Assembleia Legislativa, ao governo da Guiana Francesa do Plano de enfrentamento da Zika, Febre chikungunya e dengue.
A mesa presidida pelo proponente da audiência publica deputado Dr. Furlan, contou com a presença do Promotor de Saúde Pública, Dr. André Araújo, comandante geral do 34º Batalhão de Infantaria e Selva do Exército Brasileiro, coronel Robson Monteiro Matos, comandante do Corpo de Bombeiros do Amapá, coronel Marcelo Magno Bispo, Tenente Coronel Ubiratan Pessoa, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar. “Estamos travando uma guerra sem precedentes contra o mosquito, por isso todos os setores da sociedade devem se engajar nessa luta. Essa audiência acontece no momento certo, porque temos que evitar de todas as formas que essas doenças chegam por aqui”, alertou.
Contribuíram com o evento as deputadas Roseli Matos, Edna Auzier e Cristina Almeida e o presidente da Comissão de Saúde (CAS) da Assembleia Legislativa do Amapá, deputado Jaci Amanajás.
O deputado lembrou que, apesar de o Amapá e o Amazonas serem os únicos estados da federação onde não foi registrado caso de zika vírus, relacionado às microcefalia, há necessidade de a população e as autoridades sanitárias estarem permanentemente em alerta: “Estamos enfrentando uma situação muita delicada em todos os setores da realidade; a começar pelo pífio desempenho da economia, que levou o Brasil, segundo levantamento oficial, a ter o segundo pior desempenho da economia no mundo, ganhando apenas da Venezuela; no Amapá, a situação não é diferente, e agora surge essa preocupação com o perigo iminente da disseminação de doenças relacionadas ao Aedes aegypti, ponto central da audiência pública”, explicou.
Direção – Cleber Barbosa
Texto: Everlando Mathias
Foto: Gerson Barbosa
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