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terça-feira, 11 de março de 2014

Governo descumpriu a lei ao fazer concessões da Floresta Estadual, diz Comissão da Assembleia.

A Assembleia Legislativa do Amapá notificou no dia 26 de fevereiro o governador Camilo Capiberibe (PSB) sobre o edital, que trata de concessões e manejo de áreas da Floresta Estadual do Amapá (Flota). O documento, assinado pelo presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Casa, deputado Kaká Barbosa (PTB), assegura que o Governo pretende fazer uso de quase 150 mil hectares da floresta – sem a devida autorização Legislativa; e determina ao chefe de Executivo que no prazo para que apresente toda a documentação oficial que justifique as concessões e o manejo da Flota.
O ofício, com data do dia 25 de fevereiro de 2014, foi lido na íntegra na manhã desta segunda-feira (10), em sessão ordinária, que marcou o retorno do parlamento, após o período de carnaval.

No ofício enviado ao Governo do Amapá, o presidente da COF questiona a forma como o governador pretendia fazer a concessão das terras públicas, sem a devida aprovação do Poder Legislativo, conforme determina os artigos 206 e 216 da Carta Magna Estadual e também da própria Constituição Federal e Estadual, que orientam o Estado sobre o procedimento em caso de alienação e concessão de terras públicas.

O assunto – amplamente divulgado nos veículos de comunicação do Estado –  chamou a atenção da comissão. Segundo o parlamentar, no dia 2 de julho de 2012, foi publicado no Diário Oficial do Estado o Termo de Cooperação Técnica assinado entre o Governo do Amapá e a investidora Permian Global – Fundo de Investimento Inglês que atua com crédito de carbono e conservação da biodiversidade.

De acordo com o ofício da COF, acima de 15 módulos fiscais e até dois mil e quinhentos hectares, tem que passar – com prévia aprovação – pela Comissão Permanente de Política Agrária da Assembleia Legislativa. Assegura também, que “as áreas superiores a dois mil e quinhentos hectares, sendo a pessoa física ou jurídica, (...) dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional”.

A área destinada pelo Governo para concessão e manejo é de quase 150 mil hectares. “Tratando-se de alienações, concessões e manejo de terras públicas, não podemos ficar alheios aos destinos dados ao patrimônio público, muito menos nos furtar de exercer nosso dever constitucional”, diz o presidente da COF, no ofício encaminhado ao governador Camilo Capiberibe.

Os deputados, também, questionaram a forma como o Estado pretendia fazer uso da concessão da floresta. Segundo Jorge Salomão (PROS), a questão mineral acabou ficando de fora. “O Amapá tem atividade mineral e isso não pode ser ignorado, é preciso formar um grupo de debater o assunto de uma forma que todos possam ser contemplados sem prejuízos ao Estado e as pessoas que estejam nessas áreas”, disse.

Para o líder do PSD na Assembleia Legislativa, deputado Eider Pena, o governo volta a cometer equívocos na aplicação da lei. “O governador Camilo Capiberibe lança o edital sem a prévia aprovação desta Casa de Leis, se ele levar isso adiante, implica em crime de responsabilidade, além de correr o risco de ter todos os atos nulos pelo parlamento”, destacou.

A possível anulação do edital, conforme o ofício enviado ao Governo pode acorrer em caso de negativa por parte do Executivo caso deixe de encaminhar os documentos solicitados pela comissão.

Assembleia Legislativa do Estado do Amapá - ALAP
Departamento de Comunicação - Decom
Diretor do Decom - Cleber Barbosa
Texto - Emerson Renon (Assessor de Comunicação)

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