Pesquisar este blog

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Marilia Góes denuncia governador por improbidade administrativa na saúde pública

Denúncia baseia-se em relatório da Comissão de Auditoria do TCE, que aponta indícios de irregularidades na Secretaria de Saúde




A deputada estadual Marilia Góes (PDT) protocolou na última (5), no Ministério Público Estadual e no Ministério Público Federal, denúncias contra o governador Camilo Capiberibe e a secretária de Saúde, Olinda Consuelo, por superfaturamento em mais de 500% na compra de medicamentos adquiridos pelo Governo do Estado para a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).


Marilia também denunciou, nos mesmos órgãos, que o governador e sua secretária cometeram desvio de finalidade ao aplicar Recursos Federais no pagamento de empresas fornecedoras de medicamentos e correlatos, contratadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em caráter de emergência. Esses pagamentos só poderiam ser efetuados com recursos provenientes do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ou com recursos próprios do Estado.



A parlamentar baseou suas denúncias em um relatório da Comissão de Auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE), emitido após auditagem realizada em agosto de 2013, na Secretaria de Saúde.



Segundo este relatório, em 2012 e 2013 a Sesa mantinha contratos para fornecimento de medicamentos, firmados por meio de pregões eletrônicos. Porém, a despeito de tais contratos, a Secretaria realizou Chamada Pública, contratando duas outras empresas para fornecimento dos mesmos medicamentos.



Ao comparar os preços homologados nos pregões em vigência com os preços contratados através da Chamada Pública, a Auditoria do TCE constatou superfaturamento em pelo menos 36 itens. Em alguns casos, os valores da Chamada Pública superaram em 565,22% os contratados por meio dos pregões.



Ainda de acordo com a Comissão de Auditoria, medicamentos do setor oncológico poderiam ter sido adquiridos pela Sesa, por meio do contrato do pregão, por pouco mais de R$ 79 mil, mas foram adquiridos por mais de R$ 401 mil através da Chamada Pública. 



Na planilha demonstrativa do relatório do TCE pode-se constatar, por exemplo, que 40 unidades do medicamento Oxaliplatina 100mg custariam, pelos preços do pregão, R$ 1.959,20, porém a Sesa pagou R$ 76 mil por esse medicamento, a uma das empresas contratadas pela Chamada Pública. Superfaturamento que se repete em outros itens da planilha.



Segundo a deputada, a má gestão dos recursos públicos se reflete no descaso com a vida dos pacientes que necessitam de serviços e medicamentos fornecidos pela Unacon. "O que se vê diariamente são pacientes denunciando, na mídia e no próprio Ministério Público, a falta de medicamentos na Unacon e nas várias unidades de saúde do Estado. O reflexo disso é a ausência de uma simples morfina para os pacientes de câncer que agonizam, não só pela dor, mas pela falta de compromisso deste governo", desabafa Marilia.



Com tais denúncias, tanto a secretária Olinda Consuelo quanto o governador Camilo Capiberibe responderão por improbidade administrativa, por danos ao erário público, sendo obrigados a devolver os recursos aos cofres do Estado.



Ainda, no mesmo dia a deputada também protocolizou a denúncia de superfaturamento na Superintendência da Policia Federal do Amapá.




--
Ariele Martins
Jornalista

Contatos: (96) 8111-5260/ 9155-7974

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MPE protocola dois projetos para reorganizar a estrutura e o plano de carreiras, cargos e remuneração de efetivos e comissionados

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Márcio Augusto Alves - acompanhado dos promotores de Justiça, Laé...