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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Audiência pública busca reverter situação de desemprego dos garimpeiros de Tartarugalzinho



Com o objetivo de debater a situação de mais de mil garimpeiros desempregados em razão da interdição do garimpo de Tartarugalzinho, o deputado Pedro DaLua (PSC) promoveu audiência pública na tarde desta terça-feira (29) no plenário provisório da Assembleia Legislativa, no Centro de Convenções João Batista de Azevedo Picanço. O evento reuniu centenas de trabalhadores e seus respectivos familiares, membros da Cooperativa Extrativista Mineral do Estado do Amapá (Comeap), representantes de instituições, gestores e vereadores de Tartarugalzinho.

Durante a audiência, participantes usaram a tribuna da Casa para denunciar a repressão aos trabalhadores e a prevalência de empresas, detentoras de lavras de minério, sobre o interesse dos garimpeiros. A senhora Sandra, presidente da Associação dos Agricultores Tradicionais da comunidade de São Raimundo, em Tartarugalzinho, lamentou a falta de condições favoráveis ao desenvolvimento das atividades primárias e denunciou as ações nefastas praticadas por duas empresas multinacionais instaladas no estado. "Admiro o amor que os amapaenses demonstram pelo seu 'torrão', mas eles não são donos de suas terras. Aqui, o solo pertence à uma multinacional e o subsolo à outra", denunciou, referindo-se à Amcel e à Beadel. "Em pleno século XXI, famílias inteiras são expulsas de suas casas, de suas terras. Mulheres estão apanhando de funcionários da Amcel, no campo", complementou.

O presidente da Comeap, Francisco Nogueira, mais conhecido como Chico Nogueira, representando os garimpeiros de Tartarugalzinho, classificou como positiva a audiência, que, acredita, será importante para reverter a situação dos garimpeiros. "Um de nossos maiores anseios era, realmente, sensibilizar os legislativos estadual e federal, e isso já conseguimos. Damos graças a Deus por termos sido apoiados por esta Casa. Agradeço muito a atitude do deputado Pedro DaLua pela mobilização e ao presidente, deputado Kaká Barbosa [PR], por ter aberta a porta deste Parlamento para esta audiência. Sabemos que sem o apoio desse poder seria muito mais difícil. Já temos apoio da Câmara de Tartarugalzinho e da prefeitura, que já entrou com uma ação civil pública. Tenho consciência de que agora esse processo avançará e iremos reverter esta situação", afirmou.

Sobre a subsistência dos garimpeiros, Chico Nogueira informou que as famílias estão vivendo de caridade. "Estamos sobrevivendo praticamente de cestas básicas. Quem tem um pouquinho divide com quem tem menos ainda. Nossa preocupação é: até quando resistiremos? Até quando iremos viver de cesta básica? Até quando teremos esse apoio de quem tem um pouquinho a mais?", indagou, lembrando que até isso pode faltar. "Porque quem tem mais, dividindo com a gente, ficará sem nada e não terá mais condições de suprir a necessidade dos que não têm nada", encerrou.

Para Pedro DaLua, a audiência faz parte de um processo de mobilização social que só parará após a reabertura do garimpo. "Este foi apenas o primeiro grito nosso, tanto do Parlamento quanto da agenda de mobilizações permanentes, até que o garimpo seja reaberto. Estamos entrando com uma ação popular, em nome da Comissão de Indústria, Comércio, Minas e Energia, e também do meu gabinete. Estamos acompanhando as atividades jurídicas da cooperativa, mas acredito que a mobilização social é que fará o Amapá voltar os olhos para o que está acontecendo no município de Tartarugalzinho. Não podemos mais deixar aquele povo sem a dignidade, sem o pão na mesa, sem a escola para os filhos, sem perspectivas de vida. Não concordamos com isso, não aceitaremos e lutaremos até o último momento para poder atender aos anseios populares", sustentou o parlamentar, afirmando que a luta continuará até que o objetivo seja atingido.

"O estado todo saberá que aquele povo, que está passando fome sentado sobre o ouro, quer garimpar, quer trabalhar, quer prover o sustento da família, mas não consegue. Como não conseguimos acessar o que é nosso? A empresa tem os domínios da lavra há 37 anos e não garimpa. Então só serve de especulação. Não aceitamos isso, de jeito nenhum, e acredito que agora daremos uma virada na situação daquele município", encerrou.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS - Alap
Texto: Paulo Oliveira
Fotos: Jaciguara Cruz
Portal: al.ap.gov.br
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