Membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALAP) reunidos na manhã desta quinta-feira (5), ouviram a presidente da Associação de Amigas e Mulheres Amapaenses Posithivas (Amaph), Márcia Pinheiro, que expos aos parlamentares a atual situação da Casa de Apoio criada há 12 anos para dar suporte aos portadores de HIV, no Estado do Amapá. “Está nos faltando tudo, incluindo o respeito pela vida”, citou bastante emocionada Márcia Pinheiro, pontuando os problemas que vem dificultando o funcionamento da associação, por não dispor de medicamentos, exames, espaço físico e alimentos, para o tratamento dos portadores. “O índice de AIDS hoje no Amapá e preocupante, a cada 25 pessoas que realiza o teste, duas dão positivas”, alerta, denunciando que na rede pública estadual, existem apenas dois médicos infectologistas para atender os pacientes soropositivos, que são internados juntos com pessoas portadoras de outras patologias. “Em outros estados do Brasil, existe um espaço adequado para esse tipo de paciente, o que não ocorre no Amapá”, lamenta Márcia, denunciando às péssimas condições no Centro de Doenças Transmissíveis e Pneumologia (CDT), do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), onde os pacientes portadores de AIDS tratados.
De acordo com ela, as pessoas que fazem o tratamento no Serviço de Assistência Especializada (SAE), não são infectologistas, o que segundo ela, pode ser um dos motivos para o alto número de mortes. “Praticamente todos os dias morre uma pessoa infectada com AIDS e as pessoas não sabem. Morre de forma clandestina, devido o preconceito que nos foi rotulado que a pessoa AIDS não presta, são homossexuais e promiscuo”, lamenta Márcia Pinheiro, justificando que a infidelidade conjugal tem levado a doença para dentro dos lares, causando sérias consequências. “Hoje temos cem crianças órfãos que contraíram a doença dos pais e estão recebendo tratamento através de mandato judicial, porque os parentes não cuidam”, informa.
A presidente da Amaph solicitou a visita da Comissão de Saúde à casa de apoio e verificar in-loco os problemas enfrentados, como pagamento de aluguel e energia atrasados e dificuldade para manter a alimentação das pessoas que estão abrigadas na casa.
O presidente da Comissão, deputado Jaci Amanajás (PV), sugeriu a realização de uma audiência pública em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos (CDH) para discutir com as autoridades competentes soluções para os problemas que atinge os portadores de HIV no Estado e propôs discutir com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Kaká Barbosa, meios para reativar o convênio financeiro com a associação, que hoje é de apenas três mil reais, além de buscar apoio do Governo do Estado. “Esse valor é insuficiente para este propósito”, comentou o deputado Max da AABB, solicitando a ampliação do valor para quatro mil reais. A deputada Maria Góes (PDT), destacou a importância do trabalho da associação e colocou o gabinete à disposição da Amaph.
Assembleia Legislativa do Estado do Amapá
Departamento de Comunicação - DECOM
Texto: Everlando Mathias | Foto: Gerson Barbosa
Youtube: TV Assembleia Amapá
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