O Brasil é o oitavo país em número de suicídios. No estado do Amapá, o suicídio é considerado a quinta causa de mortes violentas, uma consequência fatal de uma forte depressão que já se tornou um problema mundial.
A depressão já é considerada o mal do século, e faz vítimas em qualquer classe social, faixa etária ou etnia. Geralmente os casos acontecem entre jovens de até 29 anos, mas também afetam com frequência os idosos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção dos governos para o suicídio, considerado “um grande problema de saúde pública”. Segundo o estudo da Organização Mundial de Saúde, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O deprimido, com frequência, julga-se um peso para os familiares e amigos.
De acordo com dados oficiais da Polícia Técnico-Científica do Amapá (Politec), em 2015, 45 pessoas cometeram suicídio. Em 2016, já aconteceram 18 mortes praticadas por enforcamento ou envenenamento.
Já o blog do repórter policial João Bolero Neto aponta 28 casos até agora, a maioria aconteceu em Macapá com 18 suicídios, depois vem o município de Santana que registrou 5 mortes. No mesmo período no ano de 2015, segundo o blog, foram 40 casos, sendo 23 só em Macapá.
Um ranking preocupante que levou a Deputada Estadual Marilia Góes (PDT) a promover uma discussão sobre o tema, que lotou na manhã desta quinta-feira, 20, as galerias do plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Alap).
A audiência pública realizada pela parlamentar foi voltada a profissionais da saúde e estudantes, além da sociedade em geral. Foram quatro horas de muito aprendizado, com direito a perguntas da plateia aos especialistas.
Entre os convidados para a audiência, o médico psiquiatra Fernando Fernandes, especialista em transtorno depressivo e bipolar e pesquisador do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas, que ministrou o painel “Suicídio, quando a depressão é fatal”.
“90% dos casos de pessoas depressivas estão ligados a doenças psiquiátricas. Mas também existem os fatores sociais, como alcoolismo, a falta de emprego, desarmonia dentro de casa. Precisamos entender melhor para poder identificar e evitar o pior. Temos que aprender as estratégias de prevenção”, comentou o psiquiatra.
Segundo a deputada Marilia Góes, a meta também é ter subsídios para futuros projetos de políticas públicas, partido da Casa de Leis. “Eu fiquei muito feliz com a participação da sociedade nesta audiência; é daqui que vamos elaborar documentos para que possamos impulsionar a realização de políticas públicas para melhorar a vida de quem está sofrendo com a depressão. A depressão ainda é um tabu que precisa ser quebrado. Quanto mais falarmos, mais vamos saber como prevenir essa mal”, concluiu a parlamentar.
Assembleia Legislativa do Estado do Amapá
Gabinete da Deputada Estadual Marília Góes (PDT)
Texto e foto – Ascom GAB
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