Tramita nas comissões
da Assembleia Legislativa (ALAP), projeto de lei de autoria do deputado
estadual Kaká Barbosa (PTdoB) que prevê a definição de uma política estadual de
prevenção e atendimento à gravidez na adolescência. O projeto foi lido na
sessão desta segunda-feira (9) está sendo analisado pelas comissões e
retorna a pauta no prazo de 10 dias para ser votado em plenário.
A iniciativa do
parlamentar partiu após tomar conhecimento da enorme proporção de jovens
grávidas no Amapá. “A questão se torna mais grave quando se constata que o
número de adolescentes que engravidam pela segunda vez tem aumentado
significativamente. E, mais grave ainda, é que isto vem trazendo sérios
problemas para a vida produtiva e a inserção social destas jovens”, justifica o
deputado.
Segundo dados 96,13%
das garotas de 15 a 24 anos que engravidam acabam por abandonar a escola, por
não conseguirem conciliar o estudo e o cuidado dos filhos. “O abandono da
escola só não é inevitável quando a adolescente conta com uma estrutura
familiar sólida”, avalia Kaká Barbosa.
De acordo a Sociedade
Brasileira de Sexualidade Humana a atividade sexual começa aos 15 anos para as
meninas e aos 17 para os meninos, estudos sobre a utilização de métodos
anticoncepcionais para evitar a gravidez mostram que a maioria das adolescentes
(80,8%) não usa qualquer anticonceptivo para evitar filhos. Já na faixa de 20 a
29 anos, 44,2% não usam qualquer método. “Isto nos leva a concluir que nunca
uma geração dispôs de tantas informações sobre métodos anticoncepcionais e a
necessidade de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, e, ao mesmo
tempo, nunca se teve índices tão altos de adolescentes grávidas e de
contaminados pelo HIV, nesta faixa etária. Esta realidade reforça a necessidade
da implantação de uma política efetiva de vida sexual voltada para adolescentes
e jovens, que contemple o atendimento direto às adolescentes grávidas e seus
companheiros, ações abrangentes e integradas de educação, orientação e
prevenção à gravidez precoce e às doenças sexualmente transmissíveis, visando à
mudança de hábitos, atitudes e comportamentos”, frisa o deputado.
No documento em
tramitação na ALAP, constituem os objetivos da Política Estadual de Prevenção e
Atendimento à Gravidez na Adolescência a promoção da prevenção da gravidez
precoce, através de ações a serem desenvolvidas nas unidades de saúde e de
educação; a orientação quanto aos métodos contraceptivos; o atendimento
psicológico grupal e individual e a orientação psico-social; o atendimento
ambulatorial e o pré-natal.
Ainda conforme o
projeto de lei, a Política Estadual de Prevenção e Atendimento à Gravidez na
Adolescência atenderá aos seguintes requisitos: deverá ser desenvolvida por
equipes interdisciplinares, formadas por médicos, psicólogos, assistentes
sociais, enfermeiros e educadores; e deverá respeitar o Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA). As ações decorrentes da execução desta lei se firmarão
através de convênios ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Assembleia Legislativa do Amapá
- ALAP
Departamento de Comunicação
Social - Decom
Direção de Jornalismo: Cleber
Barbosa
Texto: Everlando Mathias | Fotos: Jaciguara Cruz
Atualização: Rõmulo Araújo
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